logo RCN

Sindicatos protestam contra mínimo regional

Projeto de Lei que está sendo apreciado pela Assembleia divide opiniões

Edinei Wassoaski

CANOINHAS
 
A instituição do salário mínimo regional em Santa Catarina, com valores entre R$ 587 e R$ 679, coloca frente a frente governo, centrais sindicais e empresários. Enquanto o projeto aguarda votação na Assembleia Legislativa (Alesc), prevista para agosto, após o recesso dos deputados, o tema é alvo de polêmica. Na terça-feira, 28, durante reunião da Associação Empresarial de Canoinhas (Acic), o representante dos Sindicatos da Indústria da Madeira e dos Hoteleiros, Hilton Ritzmann abordou a questão, interpelando ao deputado estadual Antonio Aguiar (PMDB), que tentasse a derrubada ou flexibilização do projeto. Ritzmann argumentou que é consenso entre empresários a contrariedade em relação ao Estado definir os pisos das categorias, lembrando que cabe aos sindicatos – patronais e das categorias – negociar os aumentos. Pelo projeto, profissionais da indústria da madeira – que hoje correspondem a 40% da mão de obra ativa em Canoinhas – aumentariam o piso salarial de R$ 502 para R$ 587. Ritzmann lembrou que em São Paulo, onde há instituição do mínimo estadual, os pisos oscilam entre R$ 505 e R$ 545. “Estamos falando do maior pólo industrial do País”, lembrou o empresário, diretor da Madeireira Procopiak e do Planalto Hotel. Para ele, o mínimo proposto em Santa Catarina “é fora da nossa realidade”.
As palavras de Ritzmann foram endossadas pelo presidente da Acic, Rafael Mirando da Silva. “Não se pode esquecer que além do piso, as empresas pagam horas extraordinárias, cestas básicas, transporte, adicionais que atingem diretamente o trabalhador, sem contar os encargos sociais”, argumentou. Silva acredita que a aprovação do projeto vai prejudicar o setor produtivo.
Aguiar se prontificou a levar os argumentos dos empresários para a Assembleia, mas ressalvou que o que o mais ouve pelos corredores da Alesc é que seus pares não pretendem “votar contra o trabalhador”.
Aguiar disse ainda que o projeto só chegou ao patamar em que chegou por inércia da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc). “A Fiesc não tomou os devidos trâmites”, explicou. O deputado revelou ainda que o projeto deveria ser votado antes do recesso, que começou na semana passada. “Por interferência nossa o projeto foi retirado para um estudo aprofundado”, afirmou. Aguiar concluiu dizendo que “isso significa que os empresários vão ter de falar com o governador”, dando a entender que o projeto vai passar pela Assembleia.
Luiz Henrique da Silveira (PMDB) já afirmou que não vai retirar o projeto, que foi elaborado pela Secretaria da Fazenda. Como consolo, Aguiar lembrou que como qualquer projeto cabe emendas que permitam a flexibilização da Lei.
Anterior

Estacionamento Rotativo abre 17 vagas de emprego

Próximo

Prefeitura de Papanduva abre concurso

Deixe seu comentário